Confira abaixo a entrevista na íntegra:
Como foi enfrentar um amigo e companheiro de equipe, com quem treinou durante muitos anos?
Foi a pior coisa do mundo. Meu corpo estava 100%, mas a cabeça, não. Eu o vi garoto na academia, dei aula para ele, dei meu sangue pela Nova União. Minha cabeça estava 30% do que deveria estar. Lutei pois precisava. Não tiro os méritos do Dudu, que ganhou a luta. Foi muito ruim. Não queria demonstrar isso, mas fiquei chateado. Foram muitas pessoas da academia treinando o Dudu para me ganhar. Sou cria da Nova União, isso é duro.
O quanto isso atrapalhou na hora do combate?
Não consegui me concentrar na luta. No primeiro round, lutei super bem, mas, no segundo, caí muito, não sei o que aconteceu. Tinha algo me atrapalhando. A pressão toda era em cima de mim porque falavam, na América, que era a luta do professor contra o aluno. Tenho 30 anos, ele 23. Aqui, nos Estados Unidos, a luta foi muito polêmica, porque nunca existiu dois caras da mesma academia se enfrentando.
Você já havia sofrido outras derrotas na carreira. Desta vez, o que foi diferente?
Em nenhuma das minhas derrotas fiquei mal como agora. Parei para pensar que todo mundo um dia perde, é nocauteado. Bola para frente. Ele será mais um adversário para eu correr atrás. Sou iluminado por Deus, vou voltar mais forte e corre atrás dos meus objetivos.
Houve conversa entre você e o Dudu após o combate?
Ele pediu para conversar comigo, mas eu não estava com cabeça para isso. Não queria agir de cabeça quente. Depois disso, não nos falamos mais.
A amizade ficou comprometida?
Ficou. Nunca mais será a mesma. Como vou conseguir ser amigo de um cara que é meu adversário, que me nocauteou? Não sou americano, sou brasileiro. Tenho sentimento. Essa situação era para ser evitada. No UFC, o Anderson Silva não enfrenta ninguém da Team Nogueira. Isso é bonito. Hoje em dia, as pessoas estão visando muito o dinheiro, e não o sentimento.
Você viu que o Dudu se emocionou após a luta?
Eu vi que ele se emocionou. Sabia que não teria clima depois da luta. Como ficar amigo de um rival? Claro que vou tratar bem, com educação, mas, se fosse ao contrário, acho que ele se sentiria assim também. É uma coisa delicada.
Vai continuar nesta categoria?
Com certeza, minha categoria é essa. Foi apenas uma derrota e aprendi muito com ela. Certamente vamos nos encontrar muitas vezes ainda, porque vou treinar firme e forte. Será mais um rival para mim. Ele treinou com caras que foram meus companheiros, que contaram meu jogo, pontos fortes e fracos. Aqui, nos Estados Unidos, não tenho córner, nem treinador. É na raça e no coração. O cara estava lutando no automático em cima do meu jogo, tanto é que não quis chutar, usou mais o Boxe.
Você tem o José Aldo como um irmão. O que ele falou para você após a luta?
Ele me ligou falando que não concordava com isso (luta entre amigos). Está muito chateado porque sabia que não teria clima depois. Isso não é bom para a academia, nem para o esporte. Ele conversa muito comigo, nos falamos todos os dias. Foi bom ele ter ligado porque somos irmãos, estaremos sempre juntos. Ele está muito chateado, falou até que vai dizer o que sente na reunião com o pessoal da academia.
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